segunda-feira, dezembro 29, 2014

VAI-TE EMBORA 2014. NÃO ME DEIXAS SAUDADES. SEJA BEM-VINDO O 2015 

                                O repouso do panda (La Stampa)

Esta será a minha última “conversa” de 2014, ano que não me ofereceu qualquer motivo para o recordar com serenidade.
Gosto pouco de falar de assuntos pessoais, porém, seja o ano 2013, seja 2014 foram períodos de grande tristeza e mágoas, sitas em recordações difíceis de apagar: para mim e para a minha família. Portanto, vai-te embora, maldito ano.

Entretanto, talvez seja caso para considerar que, fecharmo-nos nos nossos problemas existenciais e olharmos com distanciamento tantas tragédias que se avolumaram e impuseram durante o ano que agora finda, também não é aconselhável, quer esses dramas se desenrolem perto ou longe. Servem, pelo menos, para atenuar e temperar a nossa natural propensão para nos sentirmos isolados nas próprias amarguras.

Partindo das causas máximas, estou a pensar, por exemplo, no que sucede no Médio e Extremo Oriente. Estou a pensar nos indizíveis sofrimentos provocados pelas tremendas crueldades que percorrem toda a gama do que a bestialidade humana é capaz. Estou a pensar nas vítimas da nova praga do horror que é o jihadismo.
Principalmente no ano que está a extinguir-se, quantas ferezas foram perpetradas em nome de uma religião que não merece manipulações e exige respeito?
Impressionante o rapto de raparigas e crianças para serem violadas e vendidas como no pior período do esclavagismo; impressionante, repugnante a decapitação de inocentes transformada em espectáculo; impressionante a perseguição, morte e as mais horrendas violências sobre minorias de diferentes credos; impressionante assassinar crianças numa escola e forçá-las a assistir ao suplício dos professores regados com gasolina e incendiados.  
Classificar aqueles facínoras como seres humanos é uma ofensa à classe humana que todos sabemos ser um binómio: corpo e alma. Ora, aqueles seres não têm alma. E quando esta se esvai, surge a besta apta a todas essas e outras monstruosidades.    

Será o ano 2015 capaz de abrir as mentes de todas aquelas populações muçulmanas, a grande maioria, que decidem não mais aceitar o vilipêndio da própria religião que está a servir de pretexto para tantas aberrações? Por que não se unem e não se opõem com decisão, pois cabe-lhes todo esse direito? Espero que assim suceda.
Espero também que os povos ocidentais lhes forneçam todo o apoio moral e técnico que for necessário.

Á semelhança do sono deste panda - na imagem acima reproduzida - que dorme sossegadinho naqueles ramos sem temor de estatelar-se, a mesma serenidade e tranquilidade surjam, sobretudo, para quem, actualmente, vive acossado por aquelas bestas humanas sem alma.
Bom Ano 2015.