ANGELA MERKEL: A
MULHER POTENTE
QUE DESCONHECE AS
REGRAS DA DIPLOMACIA
Ocupa o quinto lugar na
lista das personagens mais potentes do mundo. Por essa mesma razão, entende que
não deve respeitar a sensibilidade de Estados-membros da União que, do alto da
sua importância, crê insignificantes, talvez parasitários, logo, susceptíveis
de receber lições ou críticas sem um mínimo de diplomacia.
Em plena crise
económica e financeira, quando se referia aos países do Sul da Europa, a
senhora Merkel não se coibiu de inculcar nos seus compatriotas a ideia que eram
eles quem financiava a preguiça e o atraso destes países, os quais trabalhavam
menos horas; usufruíam de férias prolongadas, etc.. Comprovou-se que era falso.
Todavia, grande parte do povo alemão continua a alimentar essas opiniões.
E neste contexto,
surgiu mais uma pérola: Portugal e a
Espanha têm licenciados a mais. Deveriam imitar a Alemanha, dando maior
atenção ao ensino profissional.
Proferida tal
sentença - numa reunião com a confederação das associações patronais alemã - a
senhora Merkel falou sem ter em consideração as estatísticas e o que está em
projecto neste campo do ensino. Digamos que falou atabalhoadamente. Mas como
czarina da União, julga-se nesse direito.
Em segundo lugar, e
na minha opinião, nunca haverá licenciados a mais no nosso país. Cidadãos com
uma educação superior constituem uma riqueza de um normal país que quer
progredir.
Todavia, o que mais indispõe
é a falta de tacto e delicadeza desta senhora, quando pretende dar lições sobre
o que um qualquer ministério de um Estado-membro deve ou não deve fazer.
Para não lhe chamar
grosseira, entendo que deveria potenciar cursos de correcta e refinada
diplomacia e começar a frequentá-los. Estes também se podem incluir no ensino vocacional;
para um político de carreira, então, é indispensável. No que concerne a senhora
Merkel, nunca é tarde para aprender.
Muito se escreveu,
nestes últimos dias, sobre os 25 anos da queda do Muro de Berlim.
A este propósito,
cito o que escreveu Sérgio Noto – Professor de História Económica na
Universidade de Verona.
Recordando Wolf
Biermann, “o maior cantautor alemão e o símbolo trágico mas integral do drama
do sonho socialista e da Alemanha dividida”.
“Infelizmente,
a Alemanha (unida) do pós-Muro não foi aquela – como frequentemente acontece – dos
que tinham trabalhado, combatido, arriscado e, em alguns casos, foram mortos
para construí-la.
A
Alemanha, 25 anos depois daquela noite fatal de Novembro 1989 não é,
certamente, a Alemanha de Biermann que desceu à rua para lutar contra a
destruição dos arquivos da Stasi.
A
Alemanha de 2014 é a da Merkel (que consta, nos arquivos DDR, tivesse
desenvolvido actividades de controlo estreito, precisamente do grande químico
Havermann) e daqueles homens e mulheres que, oportunisticamente, no Este como
no Oeste, tinham cultivado as próprias conveniências à sombra de governos que
consentiam ou praticavam a tortura dos dissidentes; a Alemanha do business à
Schröder, europeia somente quando serve para encher a pança dos seus eleitores,
mas pronta a apontar o dedo contra países ”irmãos” em dificuldade. Em Berlim,
como noutros lugares do mundo, a vitória
nunca é dos vencedores e dos combatentes, mas dos oportunistas e espertalhões”.
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