UMA DECLARAÇÃO QUE DEVERIA TER FICADO NA GAVETA
Só ontem tomei conhecimento integral da declaração do nosso Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros sobre as infelizes caricaturas de Maomé.
O Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa ou o seu homónimo italiano, Cardeal Ruini, não seriam capazes de escrever melhor o último parágrafo do comunicado: …”ainda por cima sabendo-se que as três religiões monoteístas (cristã, muçulmana e hebraica) descendem todas do mesmo profeta: Abraão.”
Reitero o meu pensamento negativo sobre tudo o que possa ferir sensibilidades e crenças religiosas. A máxima cautela é sempre, sempre aconselhável.
Paralelamente, não aceito que se ofenda ou se avilte os símbolos de um país, de uma nação, de um povo. Tanto mais que este povo – no caso específico, o dinamarquês – nenhuma culpa teve de uma acção imponderada de um dos tantos jornais que se publicam na Dinamarca. O primeiro-ministro deste país poderia ter sido desastrado no modo como enfrentou a crise; porém, nada justifica o incêndio ateado por fundamentalistas e certos estados árabes.
Embaixadas destruídas, bandeiras queimadas e espezinhadas, ameaças de morte … que género de notícias chegou ao nosso Ministério dos Negócios Estrangeiros? Foram de tal maneira incompletas que ninguém se apercebeu da gigantesca desproporção das reacções islâmicas? Da manipulação e instrumentalização de todas aquelas manifestações? Da violência e absoluta falta de civismo como se desenvolveram e desenvolvem?
Não sei como classificar este comunicado português! Oportunismo? Insensibilidade para com um país europeu? Medo? Querer ser mais papista que o papa? Exibicionismo no palco internacional? E se tivesse optado pelo silêncio?!... Não teria sido melhor e mais sensato?
Alda M. Maia
Só ontem tomei conhecimento integral da declaração do nosso Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros sobre as infelizes caricaturas de Maomé.
O Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa ou o seu homónimo italiano, Cardeal Ruini, não seriam capazes de escrever melhor o último parágrafo do comunicado: …”ainda por cima sabendo-se que as três religiões monoteístas (cristã, muçulmana e hebraica) descendem todas do mesmo profeta: Abraão.”
Reitero o meu pensamento negativo sobre tudo o que possa ferir sensibilidades e crenças religiosas. A máxima cautela é sempre, sempre aconselhável.
Paralelamente, não aceito que se ofenda ou se avilte os símbolos de um país, de uma nação, de um povo. Tanto mais que este povo – no caso específico, o dinamarquês – nenhuma culpa teve de uma acção imponderada de um dos tantos jornais que se publicam na Dinamarca. O primeiro-ministro deste país poderia ter sido desastrado no modo como enfrentou a crise; porém, nada justifica o incêndio ateado por fundamentalistas e certos estados árabes.
Embaixadas destruídas, bandeiras queimadas e espezinhadas, ameaças de morte … que género de notícias chegou ao nosso Ministério dos Negócios Estrangeiros? Foram de tal maneira incompletas que ninguém se apercebeu da gigantesca desproporção das reacções islâmicas? Da manipulação e instrumentalização de todas aquelas manifestações? Da violência e absoluta falta de civismo como se desenvolveram e desenvolvem?
Não sei como classificar este comunicado português! Oportunismo? Insensibilidade para com um país europeu? Medo? Querer ser mais papista que o papa? Exibicionismo no palco internacional? E se tivesse optado pelo silêncio?!... Não teria sido melhor e mais sensato?
Alda M. Maia
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