O EXERCÍCIO DA POLÍTICA E A BOA EDUCAÇÃO
Intitulei este post: “Exercício da Política e Boa Educação”. Na sequência desse título, pergunto: quais as características que distinguem um excelente e verdadeiro político de um que se instala na política e se convence que é personagem indispensável para o bom funcionamento da coisa pública?
Um excelente político não deve ser dotado somente das qualidades inerentes à arte e ciência de bem governar um estado. Exige-se-lhe muito mais: uma boa cultura e grande interesse por todos e quaisquer aspectos da vida nacional – não basta uma correcta administração; é obrigatório um profundo conhecimento do país.
Um bom político também nunca descuida a mais ampla informação sobre os eventos internacionais.
Um bom político nunca perde a calma nem aquele fair play imprescindível numa figura pública.
Um bom político nunca se apresenta com sobranceria perante um adversário; é a superioridade dos seus argumentos e ideias que o impõe.
Todo este aranzel, e que espero não seja mesmo enfadonho, vem a propósito do “debate-entrevista” de ontem: Cavaco Silva / Francisco Louçã, na TVI
Segui-o do início até ao fim e sempre observando o comportamento dos dois candidatos. O conteúdo deste debate não reservava surpresas, embora deva assinalar uma apreciável incisividade e riqueza de argumentos da parte dos dois jornalistas.
Francisco Louçã, dotado de uma oratória fluentíssima, agradável, bem informado, procurou criar um verdadeiro debate versus Cavaco Silva. Usou maneiras afáveis, correctas e frequentemente se referia ao seu “opositor”, “adversário” ou ao apelido e título académico desse adversário.
Durante todo o debate, pelo contrário, a atitude do Prof. Cavaco Silva deu-me a impressão do imperador já coroado e que somente por complacência para com o vulgo é que se concedeu a ouvir o deputado Francisco Louçã – aquele impertinente, irreverente e insignificante Francisco Louçã!...
Nomeou-o uma única vez, precisamente como “ o Deputado Francisco Louçã".
Respondeu aos quesitos apresentados pelos jornalistas, mas comportando-se como se fosse o único candidato presente. Não sei donde provém tanta superioridade!
Se é com tais modos que pensa ser presidente de todos nós, da minha parte, nunca daria o meu voto a quem se apresenta com tão alto conceito de si mesmo, eximindo-se do respeito e cordialidade que se deve ao adversário, seja ele quem for.
A boa educação, ao fim e ao cabo, tornou-se numa grande credora do Professor Cavaco Silva.
Existe um leit motiv nos discursos do Sr. Professor que, francamente, soa como uma troça à inteligência dos cidadãos portugueses: Cavaco Silva é apartidário! Não pertence a nenhum partido, não corre por nenhum partido, é absolutamente independente.
Se é independente, por que aceita todo o poder de organização do PSD, partido onde politicamente cresceu e medrou, e lá vai fazendo a sua campanha, em ambientes triunfais e bem concorridos, mercê dessa organização?
Até mesmo nesta veemência de, insistentemente, confirmar a sua autonomia, demonstra pouca elegância em relação aos partidos que o apoiam.
Alda M. Maia
Intitulei este post: “Exercício da Política e Boa Educação”. Na sequência desse título, pergunto: quais as características que distinguem um excelente e verdadeiro político de um que se instala na política e se convence que é personagem indispensável para o bom funcionamento da coisa pública?
Um excelente político não deve ser dotado somente das qualidades inerentes à arte e ciência de bem governar um estado. Exige-se-lhe muito mais: uma boa cultura e grande interesse por todos e quaisquer aspectos da vida nacional – não basta uma correcta administração; é obrigatório um profundo conhecimento do país.
Um bom político também nunca descuida a mais ampla informação sobre os eventos internacionais.
Um bom político nunca perde a calma nem aquele fair play imprescindível numa figura pública.
Um bom político nunca se apresenta com sobranceria perante um adversário; é a superioridade dos seus argumentos e ideias que o impõe.
Todo este aranzel, e que espero não seja mesmo enfadonho, vem a propósito do “debate-entrevista” de ontem: Cavaco Silva / Francisco Louçã, na TVI
Segui-o do início até ao fim e sempre observando o comportamento dos dois candidatos. O conteúdo deste debate não reservava surpresas, embora deva assinalar uma apreciável incisividade e riqueza de argumentos da parte dos dois jornalistas.
Francisco Louçã, dotado de uma oratória fluentíssima, agradável, bem informado, procurou criar um verdadeiro debate versus Cavaco Silva. Usou maneiras afáveis, correctas e frequentemente se referia ao seu “opositor”, “adversário” ou ao apelido e título académico desse adversário.
Durante todo o debate, pelo contrário, a atitude do Prof. Cavaco Silva deu-me a impressão do imperador já coroado e que somente por complacência para com o vulgo é que se concedeu a ouvir o deputado Francisco Louçã – aquele impertinente, irreverente e insignificante Francisco Louçã!...
Nomeou-o uma única vez, precisamente como “ o Deputado Francisco Louçã".
Respondeu aos quesitos apresentados pelos jornalistas, mas comportando-se como se fosse o único candidato presente. Não sei donde provém tanta superioridade!
Se é com tais modos que pensa ser presidente de todos nós, da minha parte, nunca daria o meu voto a quem se apresenta com tão alto conceito de si mesmo, eximindo-se do respeito e cordialidade que se deve ao adversário, seja ele quem for.
A boa educação, ao fim e ao cabo, tornou-se numa grande credora do Professor Cavaco Silva.
Existe um leit motiv nos discursos do Sr. Professor que, francamente, soa como uma troça à inteligência dos cidadãos portugueses: Cavaco Silva é apartidário! Não pertence a nenhum partido, não corre por nenhum partido, é absolutamente independente.
Se é independente, por que aceita todo o poder de organização do PSD, partido onde politicamente cresceu e medrou, e lá vai fazendo a sua campanha, em ambientes triunfais e bem concorridos, mercê dessa organização?
Até mesmo nesta veemência de, insistentemente, confirmar a sua autonomia, demonstra pouca elegância em relação aos partidos que o apoiam.
Alda M. Maia
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