quinta-feira, fevereiro 16, 2006

EQUIVALÊNCIAS ABERRANTES

De cada vez que escuto os argumentos de muçulmanos ofendidos, contrapondo o Holocausto às famigeradas caricaturas, não somente fico indignada, como o meu juízo é lapidário: ou tal argumentação provém de pessoas cegas pelo ódio e, portanto, com o cérebro bloqueado; ou os sentimentos de piedade, sensibilidade humana nunca existiram naquelas mentes.

Tanta religiosidade, ao fim e ao cabo, no que é que se traduz?!

Que se sintam ofendidos, ninguém lhes nega esse direito; que colham, nessa circunstância, uma ocasião de apresentar equivalências despropositadas – e que direi mesmo repugnantes - não é admissível.

Só gostaria que algum crente de fé islâmica me explicasse, com uma argumentação válida, que paralelismo possa existir entre os crimes nazis e os cartoons do jornal dinamarquês!

Se é inteligente e em boa-fé, não tem argumentos; se é estúpido e em má-fé, os argumentos, então, podem encher páginas e páginas.
Parece-me bem que é a estupidez que tem predominado.

Só é pena que a voz dos muçulmanos moderados e inteligentes – a grande, grande maioria – fique em silêncio!

O estribilho dos extremistas que cavalgaram a onda de indignação é sempre o mesmo: “os ocidentais amam ofender a fé islâmica (sempre as generalizações!) mas não admitem que se discuta o Holocausto”.

O Holocausto não tem nada que ser discutido. O Holocausto foi e é mais que comprovado, evidente.
Para toda a humanidade, o Holocausto, assim como o horror nazi, significam uma forte repulsa e uma imensa piedade - toda a humanidade, seja qual for a fé que professe, seja qual for o Continente onde viva.

Se não compreendem isto e se sentem desprovidos de tais sentimentos, o melhor é deixá-los ao exercício de abrir e fechar a boca, pensando dizer frases com nexo: não são seres humanos com foros de dignidade.
Alda M. Maia