PNÍNSULA IBÉRICA - IBÉRICOS
Nos últimos tempos, fala-se muito de eutanásia. É um assunto que leva o pensamento a vadiar por tantas considerações e nasce a vontade de aclarar ideias sobre um tema tão delicado. Hoje, porém, não me apetece escrever sobre tal matéria. Fica para a próxima.
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No planeta Terra, existe uma única península que se chama Península Ibérica, que é a nossa; não há outra.
É também do conhecimento de todos (deveria ser do conhecimento de todos!) que nesta península existem dois países independentes, soberanos. Que dos dois, o país territorialmente mais pequeno é o mais velho.
Pois a este mais velho não lhe serve de muito a provecta idade.
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Quer na RAI quer na imprensa italiana - pelo menos nos jornais que leio regularmente (La Stampa, Corriere della Sera, La Repubblica) - é useiro e vezeiro referirem-se a Zapatero como o Primeiro-Ministro ibérico. Se devem citar qualquer ministro espanhol, é o ministro ibérico disto, o ministro ibérico daquilo, Etc.
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Na última cimeira dos Açorres, num artigo do Corriere della Sera, informava-se que José Maria Aznar recebia em casa própria os ilustres convidados - Bush e Blair.
A este ponto, perdi a paciência e saí da habitual passividade. Mandei um e-mail ao Corriere e esclareci - educadamente - que o Arquipélago dos Açores é território português. O anfitrião foi o Primeiro- Ministro Durão Barroso e o Sr. Aznar era um convidado como os outros.
O autor do artigo, Massimo Franco, respondeu-me imediatamente, pedindo desculpa. Um gentleman!
Passados dois ou três dias, eis outro artigo - sempre no mesmo jornal - da autoria de Sérgio Romano, cometendo o mesmo erro:Aznar recebeu os ilustres hóspedes...
Sérgio Romano é um ex-diplomata, historiador e colaborador do Corriere.
Partiu um outro e-mail - neste senhor, a gaffe apresentou-se-me quase imperdoável.
O Sr. Embaixador não respondeu. Tinha esquecido as boas maneiras diplomáticas.
A vingançazinha chegou-me, lendo a crónica diária de Michele Serra, no jornal La Repubblica. Com grande ironia, escreveu: "Quando leio Sérgio Romano, se estou sentado, levanto-me". Entretanto, apontava o deslize como inaceitável num ex-diplomata.
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Agora, pergunto: que faz o nosso Corpo Diplomático em Roma?
Estas minhas reacções não são pruridos patrioteiros nem coisa parecida. Simplesmente, gosto do meu País e não tolero que o amesquinhem - também tenho a nacionalidade italiana e provo a mesma reacção relativamente à Itália.
Se da nossa Embaixada, de vez em quando, partisse uma correcção, muito diplomática, sobre repetidas diminuições da Terra Lusa, não lhe ficaria nada mal.
É uma questão de brio e que tem como finalidade exigir respeito.
AldaMMaia
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