segunda-feira, novembro 27, 2006

TROPEÇÕES LINGUÍSTICOS

Esta é uma espécie de adenda ao post anterior.

Sempre que escrevo sobre a Itália, parece que uma parte do meu cérebro passa imediatamente a pensar em língua italiana. Se não activo uma dupla atenção, lá surge uma escorregadela, sobretudo em relação a termos técnicos muito afins aos nossos.

Por exemplo, quando me referi ao Ministério Público, escrevi à boa maneira italiana, invertendo os termos: Público Ministério – é sempre o mesmo e não altera o sentido; valha-me ao menos isso, para minha desculpa!

Em vez de usar o substantivo “acusação”, escrevi “acusa” – aproximação da palavra italiana: “accusa” (aqui já não tenho atenuantes).

Pois estas asneirinhas escrevi-as no post anterior. Já as corrigi. Se calhar, haverá outras Se há, ficarão ali, para minha vergonha.

Ainda bem que tenho um sobrinho, advogado - um dos poucos leitores que perde tempo a ler-me – que me acenou a estes deslizes. Claro que o fez com gargalhada divertida! Há outras ocasiões em que sou eu a rir-me. Quites!
Alda M. Maia

sábado, novembro 25, 2006

ASSASSÍNIO DA DEMOCRACIA?

Sigo com igual interesse, quer o que se passa no nosso País, quer na Itália. Agrada-me escrever sobre os acontecimentos que mais atraem a minha atenção. Assim, depois de me informar, de ler os mais variados editoriais e comentários, dou lugar ao meu hábito de criar uma opinião própria (talvez o motivo mais instante por que inventei este blogue tenha sido o gosto de “conversar”, escrevendo).
Paralelamente, é-me instintivo comparar as situações ou tendências que aproximam os dois países.
Se há realidades tipicamente italianas, há outras - a maior parte - que podem adequar-se ao modus faciendi português.

Escrevo prevalentemente sobre os factos italianos? A explicação é fácil: aqui, é tudo um bocadinho monótono; na Itália, sucedem coisas do arco-da-velha!

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IL GRANDE BROGLIO

O mesmo é dizer: a grande falsificação nas últimas eleições legislativas italianas.

Juntamente com a revista semanal italiana, “Diário”, foi distribuído, ontem, um DVD com o título: “Uccidete La Democrazia” – “Matais a Democracia”.

Este DVD é um filme-documento, de noventa minutos, que levanta pesadas acusações sobre irregularidades nas eleições italianas de 9, 10 de Abril e as quais deram a vitória, muito magra, ao centro-esquerda.
Reproduz também o clima de incerteza que se gerou com o evolver do escrutínio: um actor – Elio De Capitani – que personifica uma “garganta profunda”, narra a cena dramática entre o Ministro da Administração Interna e um Berlusconi furibundo.

Os autores desta iniciativa são dois jornalistas sérios e preparados: o director da revista “Diário”, Enrico Deaglio, e Beppe Cremagnani.
A bola de neve rolou, cresceu; nos últimos dias, os meios de comunicação têm dado ampla ressonância ao assunto.
O Ministério Público de Roma, Salvatore Vitello, abriu um inquérito.

A razão do escândalo estriba-se no mistério dos boletins de voto brancos. Contrariando as percentagens normais das eleições precedentes, nestas últimas de Abril, os votos em branco caíram vertiginosamente: nas eleições de 2001, totalizaram 1.692.048; em 2006, foram apenas 445.497. Uma diferença, em menos, de 1.246.551 votos. Exagerado!
Além desta queda aberrante, verifica-se outra anomalia não menos estranha: a uniformidade das percentagens do voto branco verificada em todas as regiões e ilhas italianas: de norte a sul, oscilavam, apenas, entre 1 a 2%!
Dado estatístico praticamente impossível! As percentagens das várias regiões, anteriormente, nunca se assemelharam. Se em algumas regiões se aproximavam de 2,5%, noutras atingiam 9,9%, 8%, etc., como é óbvio.
Ademais, avulta a terceira surpresa: diminuíram os votos brancos, mas não os votos nulos.

Segundo a denúncia dos dois jornalistas, houve uma escamoteação na contagem electrónica dos votos. No percurso das sedes eleitorais para o Ministério da Administração Interna, os votos brancos transformaram-se em votos válidos e encaminhados para o partido de Berlusconi, “Força Itália”.
Pelos vistos, bastam trinta minutos para a criação de um software capaz de manipular os dados. Para tal operação, não são necessárias mais de quatro ou cinco pessoas. Como nasce, este programa desaparece sem deixar rasto.
Esta explicação foi dada a Enrico Deaglio por um técnico informático americano, profundo conhecedor destas trapaças.

Que houve lugar para muitos sobressaltos, desde que se iniciou a contagem dos votos, disso sou testemunha. Segui atentamente os dois dias de eleições – 9 e 10 de Abril - e conforme eram anunciados os resultados, apanhei um valente susto, visto o meu interesse pela vitória do centro-esquerda.
As agências de sondagens falharam estrondosamente os diagnósticos. Os primeiros exit-poll confirmavam os cinco pontos de vantagem da campanha eleitoral para o centro-esquerda. Com o andar do temp, porém, começa o avanço das direitas e as duas coligações, surpreendentemente, caminham a par no número de votos, desmentindo, portanto, todas as sondagens.
As perplexidades foram muitas. O centro-esquerda estava desorientado. A demora no anúncio da vitória alarmou toda a gente, pois tardava a certeza de um resultado inequívoco.

Em face disto, houve ou não houve marosca?

O Berlusconi político sempre me foi extremamente antipático. Politicamente, entendo que aquele homem é a vergonha de Itália.
Nunca se conformou com a derrota. Gritou que existiram “brogli” (falsificações) e quis suspender o resultado eleitoral. O Presidente da República é que não lho consentiu.

A tese actual, na esteira do filme atrás descrito, sugere que não tiveram tempo para levar mais longe a conversão dos votos brancos em votos úteis – por este caminho, nem os nulos escapariam! Resultado, o centro-esquerda ganhou apenas por 25.000 votos! Foi a tal "falta de tempo" que lhe salvou vitória!... E que enfureceu Berlusconi.

Quando acima escrevo que há realidades italianas que podem adequar-se ao modus faciendi português, não me refiro, obviamente, a realidades deste género.

Dado que a magistratura tomou conta do assunto, é possível que se comprove a correcção da contagem e as eleições legislativas italianas continuem válidas. Espero que assim seja.

Em tudo isto, há um aspecto que me agrada: a coragem dos dois jornalistas que se documentaram seriamente e tornaram público o caso, indiferentes às consequências que daí lhes possam advir.
Quando intitularam o filme “Matais a democracia”, a acção deles, paradoxalmente, demonstra que, dentro da democracia, existem fortes antídotos para que tal não suceda.
Alda M. Maia

domingo, novembro 19, 2006

E POR QUE NÃO UMA ESCOLA DESTINADA AOS PAIS?
E POR QUE NÃO RESPONSABILIZÁ-LOS PENALMENTE?

Em Agosto, apareceu na Internet um vídeo que mostrava um ambiente escolar, onde um grupo de alunos, de 16 / 17 anos, se divertia a maltratar um outro aluno, da mesma idade, afecto de autismo: pontapés, bofetadas, lançamento de livros contra o infeliz alvo de tanta maldade.

Nesse vídeo, vê-se a professora que abandona a sala de aula; a algazarra da turma que se diverte a escarnecer a pobre vítima; um aluno que escreve no quadro uma frase de tipo nazista.
O rapazinho, assustado, não pôde suster a urina e a perversidade daqueles monstros de insensibilidade redobrou na chacota e humilhações.

Uma aluna, entretanto, com o telemóvel ia filmando o que se passava.

Estes factos sucederam em Junho, no final do ano lectivo (ano lectivo italiano). Uma rapariga, talvez a autora do vídeo, pôs estas imagens na Internet –Google. Site muito visitado, visto que o filme em causa estava no 29.º lugar da classificação de “Vídeo Divertenti”. Quanta depravação!

Nos primeiros dias de Novembro, foi detectado por pessoas responsáveis e explodiu o escândalo: nos noticiários TV; nos vários jornais com amplas reportagens e editoriais.
As autoridades competentes iniciaram as investigações, a fim de localizar e identificar o estabelecimento de ensino onde tudo se tinha passado. Imediatamente tomaram providências para que, no site, este nojo de vídeo fosse eliminado - só é pena que o Google ou outros motores de busca mostrem tantas deficiências nas próprias filtragens; consequentemente, tudo seja válido.

Facilmente descobriram o local: “Instituto Albe Steiner” – instituto técnico de design e gráfica publicitária – em Turim.
Os factos falam por si e quaisquer comentários seriam pleonasmos.

Sei que, nas escolas, episódios de crueldade ou violência contra os mais fracos são moeda corrente. Mesmo assim, este caso provocou-me uma indignação sem limites e não consigo encontrar quaisquer atenuantes para aqueles energúmenos de Turim.
Não somente os quatro autores - três rapazes e uma rapariga – como o resto da turma: nenhum deles se sentiu tocado por um mínimo de sensibilidade, de modo a intervir a favor do rapazinho autista; ademais, com problemas de vista e de ouvido. Acrescento que todos estes alunos são provenientes do que se diz boas famílias, portanto, com bom nível de vida.
Que género de educação recebem em casa?

Apurada a verdade, o Instituto Steiner aviou um procedimento disciplinar: suspensão dos quatro “heróis” por um ano; nem sequer poderão apresentar-se às provas de exame no fim do ano lectivo. Os pais vão apelar - pena excessivamente severa, dizem eles!...
O resto da turma, 15 alunos, foi suspenso por duas semanas: a primeira semana, em casa; a segunda, em serviços de carácter social: acompanhar jovens deficientes ou actividades similares – provimento educativo.
A magistratura também investiga, quer sobre a responsabilidade dos alunos, quer da professora responsável que se tinha ausentado da sala de aulas.
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É raro o dia que os jornais italianos não dêem notícia de violação de rapariguinhas, cuja idade vai dos 11 a 14 anos, por outros menores, (colegas de escola, normalmente) com idade entre os 13 a 17 anos. O assalto efectua-se em grupo ou, então, passam palavra, ameaçando o “objecto” desta bestialidade, caso não se submeta.
O desvio mental destes meninos é de tal ordem que não se esquecem de filmar os actos sexuais. Às vezes metem estes filmes na Internet; outras, servem para vangloriar-se; também há quem os venda, aos companheiros, por cinco euros. Lê-se de tudo!

Quanto à violência nos estabelecimentos de ensino e insolência contra os professores, as nossas escolas assemelham-se às italianas, não vale a pena dar exemplos. Somos muito parecidos.

Não seria já tempo pôr de lado tanta “compreensão pedagógica” para a insolência e má criação desta juventude hodierna?
O quanto se exagerava, anteriormente, com autoritarismos e o “já disse” dos nossos pais, onde não eram autorizadas contestações ou mesmo explicações de desculpa, hoje passou-se para um total “laisser-faire, laisser-passer”. Tudo deve ser compreendido, porque, de contrário, os meninos ficam traumatizados - quanto se abusa desta palavra, tantas vezes vazia de significado!
"Não se deve criminalizar os meninos prevaricadores: é preciso recuperá-los".
"Os meninos correm o risco de se tornarem uns desadaptados".
Uns desadaptados?!! Na minha opinião, adaptaram-se de mais ao desregramento corrente. Nesta matéria, depressa aprendem a ser uns bons discípulos da libertinagem adulta.
Quem é que perde tempo a inculcar-lhes sensibilidade e sentido cívico para quem é desafortunado, por exemplo? O respeito pelos diferentes? O respeito pelos que os rodeiam?

No que concerne a função de pais, nunca se pode generalizar. Conheço pais excelentes. Hoje em dia, porém, penso seja maioritário o número de pais que não valem nada. Abdicaram de ser pais e prostram-se perante os filhos endeusados, eis a questão.

Não resta à sociedade senão criar leis adequadas: se os menores cometem faltas graves, sejam os pais responsabilizados por essa faltas.
Do Tribunal Civil de Milão, eis um exemplo que está recolher o agrado geral:
Partindo do princípio que os pais de adolescentes também “devem dar uma educação sentimental e ensinar o respeito pelo outro sexo”, autorizou a família de uma rapariguinha, abusada sexualmente por cinco rapazotes de 15/16 anos, a pôr sob sequestro os bens da família dos abusadores, até ao final do processo, por um valor de 220 mil euros: 150 mil a favor da vítima; 70 mil a favor dos pais desta”.

Oxalá se comece a olhar com mais acuidade estes fenómenos de violência, assim como ao estado de quase subespécie, quanto a sentimentos, no qual se move esta juventude.

Infelizmente, e relativamente a este estado de coisas, quase podemos dizer: a ausência de atenção e preocupação, por parte dos adultos responsáveis, está bem e recomenda-se!...
Alda M. Maia

domingo, novembro 12, 2006

UM ISLÃO QUE NÃO FAZ AUTOCRÍTICA













Reli o famoso colóquio do ex-cardeal de Milão, Carlo Maria Martini, com o cientista (médico-cirurgião) Ignazio Marino: “Diálogo sobre a vida - Fecundação medicamente assistida, Aborto, Estaminais, Adopções, Sida, Eutanásia, os confins da ciência. O encontro possível entre a ciência e a ética cristã”.
O cardeal Martini de tudo falou abertamente e com uma visão muito moderna e aderente às realidades da vida actual.
Este Diálogo, publicado alguns meses atrás na revista L’Espresso, deu a volta ao mundo, tal a importância da personagem, mas, sobretudo, o desassombro como exprimiu as suas opiniões.
O Vaticano, rígido nos princípios inerentes a estas matérias, não apreciou: muito menos ainda o presidente da Conferência Episcopal Italiana, cardeal Camillo Ruini. Reacções previsíveis!...
Nestes temas, aliás, o cardeal Ruini pretende impor directivas à política italiana. Isto de ter o Vaticano em casa!...

Carlo Maria Martini, e já o expressei frequentes vezes, é o cardeal que eu gostaria tivesse sido eleito papa. Não foi; contentemo-nos com Papa Ratzinger.

E sobre o cardeal Martini, transcrevo uma notícia interessante de Sandro Magister – www.espressonline.it – de 07/11/2006

"Un Martini strong per l'islam che non fa autocritica”

No seu último livro, publicado recentemente pela editora Mondadori, com as prédicas de um curso de exercícios sobre “O Discurso da Montanha”, o cardeal Carlo Maria Martini enfia algumas coisas que não correspondem ao estereótipo de pessoa sempre benévola com tudo e com todos, muito do agrado dos seus fãs. Em particular, nestas linhas dedicadas ao Islão:

O Hebraísmo e o Cristianismo podem estar sujeitos a incrustações de tradições humanas que, corajosamente, vão sendo revistas e purificadas. Mas, a fortiori, o mesmo deve ser feito pelas outras religiões. Não podem considerar-se intocáveis, que se devem aceitar ou recusar assim como são.
Também os religiosos muçulmanos, hinduístas, budistas são chamados a fazerem autocrítica.
O Cristianismo, nos últimos três, quatro séculos, enveredou esforçadamente por esta via, começando pela crítica histórico-literária dos seus textos; um processo que o Islão, por exemplo, nunca actuou até hoje; nunca submeteu a exame crítico-literário os textos do Corão.
O Cristianismo é a única religião que teve tal coragem. […] Se temos esta coragem, devemos também pedi-la aos outros.”

Verdades sacrossantas, irrefutáveis!

Achei curiosa a inclusão de hinduístas e budistas, quando se vê claramente que o pensamento de Martini estava concentrado no islamismo. Subtilezas!
Alda M. Maia

segunda-feira, novembro 06, 2006


OCASIÃO DESPERDIÇADA

A sentença de morte por enforcamento, proferida ontem, em Bagdad, agradou a poucos, dentro da Europa; ainda bem!

Os Estados Unidos e Reino Unido acharam justo. Uma belíssima ocasião desperdiçada para o uso de uma certa cautela em emitir juízos aplaudentes.
Estes dois países – ocupantes do Iraque - foram explícitos, quando seria aconselhável distanciarem-se e remeter a questão para uma exclusiva e independente administração interna da Justiça no Iraque. Mesmo que ninguém acreditasse, os dois países salvariam a forma. Hipócrita e diplomaticamente, mas com estilo.

Era de prever esta sentença. Os crimes perpetrados por Saddam Hussein eram de tal modo cruéis, desumanos, que a condenação à morte é consequência natural em julgamentos deste género e num país onde a vida humana tem pouco valor.

Consequência natural, mas não aceitável.

Recorrerá da sentença, obviamente. Ademais, ainda deve prestar contas da matança da população curda.
Se tivesse de ser julgado por todos os crimes nefandos que cometeu (ou de que foi responsável), seriam necessários anos e anos!
Todavia, ao longo do julgamento - embora tivesse sido julgado e condenado pelo massacre de 148 xiitas em Dujail e este não seja o pior crime - houve oportunidade de alguém lançar um “j’accuse” dirigido a quem lhe forneceu os gases letais aplicados, por exemplo, no extermínio dos habitantes de aldeias curdas? Alguém apontou o dedo contra essa co-responsabilidade? Quantos países ocidentais se podem proclamar inocentes?

Haveria, e há, boas razões para a não execução dessa pena.

A primeira, básica, inicia numa recusa moral da pena de morte.
Não reconheço a quem quer que seja – pessoas ou instituições – o direito de tirar a vida a um nosso semelhante, por mais abjectos que sejam o seu comportamento e natural tendência.
Além dessa primeira e forte razão, bastaria um único erro judiciário para execrar uma pena que é irreparável.

Repugna-me, sobremaneira, que ainda existam países que a infligem. É um método bárbaro e nunca resolveu os piores problemas de uma correcta convivência civil.

Relativamente a Saddam Hussein, enforcá-lo – morte ignominiosa! - satisfaria os sentimentos de raiva, de vingança, de satisfação dos que foram oprimidos. Contudo, podemos estar certos que os fundamentalistas, e todos os iraquianos ou muçulmanos que odeiam a América, colheriam o pretexto par lhe atribuírem a glória de mártir. Foi fácil ver estes mesmos sentimentos nas reacções de ontem, quando se conheceu a sentença. O povo é tão volúvel!

Executar ou confirmar o enforcamento (ou qualquer outro meio), assemelhar-se-ia à barbárie que Saddam Hussein, por tantos anos, pôs em prática.
Que mereça uma punição inapelável, a mais severa, disso ninguém duvida nem auspicia o contrário.
A prisão perpétua, sem concessões de privilégios, é já um Inferno na Terra. Esse inferno, Saddam Hussein merece-o; espero que lhe seja destinado.

Alda M. Maia